O QUE É O NEUROFEEDBACK E O QUE PODE FAZER POR SI?
O neurofeedback (NFB) é um método de treino cerebral que o pode ajudar a aumentar os níveis de atenção/concentração, reduzir os sintomas hiperativos, promover o relaxamento, melhorar a qualidade do sono, a performance intelectual e o humor.
A investigação científica e os inúmeros relatos clínicos evidenciam o sucesso do NFB nas seguintes áreas:
– défice de atenção/Desordem de Hiperatividade
– Depressão
– Insónia
– Stress e ansiedade
– Epilepsia
– Problemas de memória
– Desordens do espetro autista
– Stress pós-traumático
– Desordens obsessivo-compulsivas
– Desporto e desenvolvimento da performance intelectual
COMO FUNCIONA O NEUROFEEDBACK?
Dada a complexidade do tema, será essencial fazer-se uma pequena abordagem ao funcionamento do cérebro. O tecido nervoso é constituído por milhões de células (das quais se destacam os neurónios) que comunicam umas com as outras através de ramificações. Estas ramificações permitem a transmissão de impulsos entre os neurónios, sendo este fenómeno a base da integridade fisiológica do sistema nervoso. Estes impulsos, ou sinais eletroquímicos, necessitam de estar em sintonia e coordenação nas diferentes áreas cerebrais para que o cérebro funcione corretamente, adquirindo ao longo dos anos diversos tipos de memória.
Durante cada sessão de neurofeedback, e depois de se ter realizado um eletroencefalograma quantitativo para identificar as ondas desreguladas, colocam-se alguns sensores no couro cabeludo, de forma a que as ondas cerebrais presentes nas áreas subjacentes aos sensores possam ser captadas e processadas pelo software do computador. Nesta altura, um neuro terapeuta devidamente certificado irá analisar as ondas cerebrais, dando instruções ao indivíduo para que evite que o seu cérebro as produza; a par é mostrado um jogo de computador em tempo real, cujos paradigmas do jogo só serão resolvidos se as ondas anormais forem substituídas por ondas normais. este processo acontece sempre que uma criança com ADD/ADHD se esforça por estar atenta ao jogo. O processo de atenção e o relaxamento muscular permitem substituir ondas lentas (desreguladas) por ondas mais rápidas, responsáveis por uma dinâmica cerebral mais eficiente.
Ao longo das sessões o cérebro irá produzir cada vez menos ondas anormais, substituindo-as pelas ondas desejadas. Trata-se de um processo de aprendizagem a nível consciente e inconsciente (celular)que permite a diminuição sintomatológica de diversas patologias. tem ainda a vantagem de poder ser aplicado em indivíduos saudáveis que desejem combater o stress e aumentar a sua performance
Os impulsos eléctricos podem ser medidos de uma forma não invasiva e indolor, mediante a colocação de sensores no couro cabeludo. Uma vez adquirida essa informação, o software do computador amplifica as ondas cerebrais para que as mesmas sejam interpretadas por especialistas. Esta metodologia é designada de eletroencefalograma (registo da atividade bioelétrica cerebral) e atualmente é um exame complementar de diagnóstico da área médica, de extrema importância na avaliação cerebral.
As ondas cerebrais são agrupadas em 4 principais categorias, consoante a sua frequência (ou ondas por segundo): delta, teta, alfa e beta. Quando o funcionamento cerebral é eficiente, assistimos a uma alteração dos ritmos cerebrais consoante as condições e/ou comportamentos adquiridos. por exemplo, quando um indivíduo está atento a um discurso, o estado cerebral é de alerta e as ondas adquiridas são as beta; já quando está numa fase de sonolência, ao final do dia, verifica-se a transição para um registo de ondas teta e, já em sono, de ondas delta.
Em situações de disfunção cerebral, as ondas registadas pelo eletroencefalograma não correspondem aos esperados padrões de normalidade para a idade do indivíduo, o que se traduz em desregulação cerebral. Tal desregulação é preocupante, uma vez que pode ser sugestivo de patologias de diversos graus e que, mesmo as mais simples, podem interferir com a capacidade de aprendizagem. Diferentes tipos de desregulação causas diferentes sintomas e o melhor exemplo é o défice de atenção e desordem de hiperatividade (ADHD).
Importa referir que o cérebro é plástico, ou seja, adapta-se a novas condições, o que permite a recuperação de algumas lesões. É equiparável a um músculo que se treina e, quanto mais o usarmos de forma adequada(respeitando obviamente as horas de descanso), melhor será o seu desempenho. Há sempre espaço para melhorar…